O Coletivo Água Branca convida para o lançamento do livro Graffiti em SP: Tendências Contemporâneas, no qual colabora com texto de autoria de Hélio Schonmann, Francisco Maringelli, Lúcia Neto, Paulo Pt Barreto e Thiago Vaz .
O Coletivo ÁguaBranca
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
Memorial da América Latina
Galeria Marta Traba
Residência/Ocupação Marta Traba 15/30, Cartografias Artísticas Contemporâneas
curadoria: Ângela Barbour e Lilian Amaral
AGUABRANCA - ocupação
Residência/Ocupação Marta Traba 15/30, Cartografias Artísticas Contemporâneas
curadoria: Ângela Barbour e Lilian Amaral
AGUABRANCA - ocupação
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Coletivo Água Branca - um processo
Hélio
Schonmann (colaboração: Francisco Maringelli, Paulo Pt Barreto, Thiago Vaz,
Lúcia Neto)
O
espaço público chama o trabalho coletivo. Desse chamado nasceram projetos
colaborativos no Parque da Água Branca, em 2009, que foram aos poucos migrando
para outras áreas da cidade. O desafio era
- e continua sendo - realizar uma
interação profunda entre poéticas visuais muito diversas. Qual o limite dessa interação, até onde pode chegar? Eis
uma questão colocada pelo Coletivo Água Branca.
Todos
os artistas participantes de nosso processo desenvolvem uma obra pessoal, mas
no espaço público decidiram atuar colaborativamente, interpenetrando imagens e
linguagens - pintura, desenho, gravura, stencil. O formato lambe-lambe viabilizou
muito dessa pesquisa, permitindo a realização de projetos que se adaptam tanto
à rua quanto ao espaço expositivo formal:
"O
lambe-lambe é uma imagem essencialmente nômade. Daí sua grande versatilidade e
a desenvoltura com que transita entre espaço público e privado – característica
que o coloca em posição singular e privilegiada, no contexto da reflexão
artística contemporânea (...)O lambe-lambe vem se tornando, cada vez mais, um
campo fértil à experimentação gráfica, abarcando xilogravura, stencil, desenho,
fotografia, tipografia e imagem digital. O laboratório dessa experimentação
pode ser pensado como uma continuidade entre atelier – ou computador – e
cidade. Nisso ele se diferencia daquelas manifestações de arte de rua cuja
elaboração se dá, exclusivamente, no corpo-a-corpo físico com a metrópole. O
processo de elaboração do lambe-lambe tem outra natureza, inclusive por que ele
é concebido para um campo pré-determinado e restrito – a folha de papel."
(Hélio
Schonmann, texto de apresentação da intervenção Lambe-lambe, Parque da Fernando Costa/Água Branca, São Paulo, 2010)
Organização
é item essencial ao trabalho coletivo. Coordenei os primeiros eventos que
realizamos no parque e, logo a seguir, Lúcia Neto passou a dividir comigo esse
papel. Em projetos específicos, outros vieram somar forças ao processo de coordenação
- caso de Paulo Pt Barreto na intervenção VI[r]e]VER,
no MuBE (Museu Brasileiro de Escultura), em São Paulo (2012), projeto no qual
trabalhamos lado a lado com seis coletivos convidados, provenientes dos mais
diferentes pontos da Grande São Paulo e cidades próximas. Esse e outros eventos
trazem a marca característica de nossa trajetória: o impulso permanente por
agregar e incluir. Ao corpo fixo de
participantes vem se somando dezenas de artistas.
"Penso
a abertura para o coletivo como uma forma de elaborar, no plano artístico,
questões essenciais ao momento em que vivemos: se os últimos séculos inflaram
ao limite a percepção da individualidade e a subjetividade dela decorrente, a
realidade atual vem exigindo, progressivamente, de todos nós, a revisão da
relação individual/coletivo, à luz dos novos e crescentes desafios à própria
sobrevivência da espécie humana. Nesse contexto, a busca pela interação
artística coletiva me parece um caminho natural – reação à fragmentação, à
deterioração e à violência de caráter autofágico que nossa cultura vem
alimentando."
(Hélio
Schonmann,
texto
de apresentação da intervenção ITINERANTES, Ponto de Cultura
Periferia no Centro, Ação Educativa, São Paulo, 2010)
O sentido inclusivo de nosso trabalho
envolve várias dimensões, desde a quebra de barreiras entre artistas "de
rua" e "de atelier" até questões que poderíamos nomear como de "acessibilidade
à expressão". Paulo Pt Barreto, um dos participantes do coletivo, ficou
tetraplégico em um acidente em 1982 e atua como artista plástico desde 1988.
"No final dos anos 70, houve um movimento
de arte de rua intenso. Tempo de ROTA nas ruas.
Eram
comuns desenhos acompanhados de legendas: é difícil; te amei hoje uso agenda; Xô urubu! São três
dos quais me lembro.
Acompanhei algumas saídas noturnas
apenas como expectador entusiasmado, tinha uns 17 anos e havia começado a
desenhar há pouco tempo, não me sentia seguro para ‘’Pixar’’ paredes com o
pessoal. Não sabia que a partir de 1982 não teria mais condições de manejar as
latinhas de spray, dentre tantas outras coisas. De qualquer forma, o vírus da
arte de rua já estava no meu sangue, agora faltavam meios para materializar meu
trabalho.
Fiz varias experiências no sentido de alargar
a escala de meus gestos. Em 1999 participei do Novelli Imagem com um
helicóptero plotado em escala de outdoor, que foi distribuído em pontos da
cidade, sendo o mais notável o Centro
Cultural Vergueiro, ao lado da Av. 23 de maio. Foi uma experiência
inesquecível, muita gente viu, mas faltou o sabor de estar em ação na rua. Foi
tudo feito por profissionais do outdoor, agora extintos. Era um lambe gigante!
Tive uma experiência muito interessante no
ano 2000, quando fiz um painel de 7x2,9 metros com a ampliação ao modo dos
outdoors, numa exposição no centro Universitário Maria Antônia. Ficou lindo,
mas foi colado no espaço interno, juntamente com os outros trabalhos, não na
rua como era meu desejo.
Desde 2009 tenho integrado as ações do Coletivo Água Branca em lugares públicos
e finalmente na rua, desenhando, multiplicando, acompanhando e direcionando a
colagem de meus lambes. NA RUA!
Foram marcantes as intervenções no parque da
Água Branca, no MuBE e finalmente na Av. Ibirapuera, no muro defronte à lateral
do Instituto Biológico (av. Conselheiro Rodrigues Alves) onde colo caminhonetes
e motoboys em meio aos trabalhos dos meus companheiros.
Meu pedaço de muro em SP é algo modestíssimo
dentro do universo da arte de rua de São Paulo, mas para mim é um inicio - e
muito animador!"
(Paulo PT Barreto, depoimento, 2013)
Trazer artistas convidados que
somem energia e inquietação ao trabalho coletivo: eis uma prática recorrente em
nossa trajetória. Thiago Vaz é um deles - jovem que pesquisa e questiona
incessantemente seus meios de expressão.
"Trabalhar com arte pública é uma experiência
enriquecedora para um jovem grafiteiro - como foi para mim, colaborando com a Coletivo Água Branca. Porque sinto que
o graffiti é limitado em relação à sua estética gráfica e imagética e muitas
vezes só se comunica com o público do seu meio de atuação. A arte
contemporânea, quando realizada no espaço público, não é diferente, se
pensarmos no acesso que a totalidade da população terá a essa obra. Fica assim
estabelecido o desafio de se trabalhar com arte na cidade, porque o espaço
urbano é pra todos. Independentemente da localização geográfica, a obra deve
oferecer possibilidades de leitura para um espectro muito grande de olhares,
que compõe a enorme diversidade dessa 'natureza urbana'."
(Thiago Vaz, grafiteiro, depoimento, 2013)
Realizando
intervenções nos mais diversos contextos da cidade - de paredes envidraçadas a
tapumes, de passagens subterrâneas a edificações tombadas pelo patrimônio
histórico - caminhamos em busca de interatividade com a população, objetivo
materializado em VI(VER) A CIDADE, obra em processo que vem sendo elaborada
em muro cedido pela empresa CPOS, numa avenida de acesso ao Parque do Ibirapuera.
Nela as intervenções naturais dos passantes e a ação deletéria do tempo vão
sendo incorporadas e retrabalhadas.
Já
faz um ano e meio que concentramos energias
nesse muro, reelaborando as imagens, com foco voltado para uma relação orgânica
entre arte e urbe. Apropriamo-nos das intervenções espontâneas (pixo, graffiti)
que vão acontecendo no local - e seus autores se apropriam igualmente das
nossas, numa relação simétrica e sinérgica.
Cada intervenção não apaga a imagem existente, mas aproveita a
informação impressa no reboco. Assim vem se construindo um diálogo visual no
espaço público. Diálogo essencialmente contemporâneo, que tem na cidade seu palco
e suporte - diálogo que só pode acontecer em função de um espaço já conquistado,
ao longo de tantas décadas, pelo movimento do graffiti. Depois dele, as grandes
metrópoles nunca mais foram as mesmas.
"O
reconhecimento cada vez maior que as intervenções visuais no espaço público vem
recebendo, por parte dos mais variados segmentos sociais, pode ser creditado,
em essência, à profunda necessidade que a população sente por estabelecer
vínculos com a paisagem urbana de nossos grandes centros, superando seu aspecto
impessoal e, tantas vezes, inóspito. A relativa liberdade de manifestação que
os artistas da rua encontram em São Paulo – em comparação com outras grandes
metrópoles do mundo – tem se revelado altamente fecunda, colaborando ativamente
na construção de uma identidade paulistana que contemple nosso avesso do avesso
do avesso do avesso(...)manifestações individuais e coletivas sobre o muro vão
ganhando assim uma nova identidade: transformam-se em células de um tecido
imagético vivo, que vai se espalhando pelo corpo da metrópole."
(Hélio Schonmann, texto
de apresentação da intervenção ENTRE
MEIOS, Passagem Literária da Consolação, São Paulo, 2010)
Que conteúdos visuais o Coletivo Água Branca se propõe a levar
para o espaço público? Francisco Maringelli e Lúcia Neto definem facetas essenciais de nosso
trabalho, em formulações precisas.
"(...) fazer
com que signos e figuras extraídos do contexto urbano sejam repensados,
repropostos – estratégia para que se
reflita sobre organização espacial da urbe e a valoração de indivíduos e
objetos no âmbito da cidade".
(Francisco
Maringelli, depoimento, 2013)
"Trabalhar nos muros da cidade é
uma experiência singular. O trabalho ganha proporções e espontaneidade muito
particulares, quase impossíveis de serem reproduzidas numa tela. A
possibilidade de compartilhar e interagir com grande número de passantes e artistas
em ação traz conteúdos que transcendem o espaço público, influenciando
realizações de ateliê - e vice-versa. O ateliê, laboratório de pesquisa - introspectivo,
solitário - ganha gás. Processos de diferentes naturezas transformam-se e
ganham novas perspectivas, tanto nas telas quanto em ações sobre muros.
No vidro, no teto, no muro a interação
entre as obras sempre suscita um particular desafio. O Coletivo Água Branca tem como proposta,
ao intervir no espaço público, deixar sua marca não como conjunto de blocos de imagens
de diferentes artistas e sim como construção interativa entre os artistas, um
contínuo no qual cada um passa a ser uma célula, com seu DNA pessoal
somado ao de outros, dentro de um corpo
complexo e articulado. O consenso se abre muito além do pintar/colar lada a
lado - elaboramos interações entre, sob e sobre as imagens. Um trabalho cuidadoso
que exige de todos um pensar mais acurado, meticuloso, para que, pouco a pouco, a ordem se
estabeleça no caos e tudo se encaixe, cada um no seu espaço, em todos os
espaços."
(Lúcia Neto,
depoimento, 2013)
Artistas
participantes do Coletivo Água Branca:
Hélio Schonmann, Lúcia Neto, Paulo PT Barreto, Francisco Maringelli, Camilo
Tomé, Pedro Maluf, Sérgio Kon, Altina Felício
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Vi[r]e]VER - MuBE
último dia
Alex Muxi Costa Alex Roch (Grupo Olho Latino)
Altina Felício (Coletivo Água Branca)
Bete Nobrega (Stencil BR) Boné (MPV crew)
Bruno Perê Camilo Thomé (Coletivo Água Branca)
Hélio Schonmann (Coletivo Água Branca)
Jonato Rodrigues (IMARGEM) Kel (MPV crew)
Lisa França (Grupo Olho Latino) Lúcia Neto (Coletivo Água Branca)
Maria Pinto (Coletivo Água Branca) Maricel Fermoselli (Grupo Olho Latino)
Matias "espacial" Picón
Maura de Andrade (Coletivo Água Branca)
Mauro (IMARGEM) Mundano Oigres (9POLAR)
Paulo Cheida Sans (Grupo Olho Latino)
Paulo PT Barreto (Coletivo Água Branca)
Paulo Camillo Penna Pedro T. Maluf (Coletivo Água Branca)
Regiane Capp Couto Buccioli (Grupo Olho Latino) Rodrigo Chã
Rodrigo Medeiros (Arte na Casa) Sergio Kon (Coletivo Água Branca)
Suely Arnaldo (Grupo Olho Latino) Thiago Cervan
Thiago Vaz Tiago Campos Vivimaiz (9POLAR)
Wellington Neri (IMARGEM) Walcirlei Siqueira (Grupo Olho Latino)
Young Koh (Grupo Olho Latino)
Coordenação -
Coletivo Água Branca
Hélio Schonmann
Lúcia Neto
Paulo pt Barreto
Altina Felício (Coletivo Água Branca)
Bete Nobrega (Stencil BR) Boné (MPV crew)
Bruno Perê Camilo Thomé (Coletivo Água Branca)
Celina Carvalho (Grupo Olho Latino)
Cibele Marion Sisti (Grupo Olho Latino)
Celso Gitahy (Stencil BR) Élika Ito (Grupo Olho Latino)
Everaldo Costa (IMARGEM)
Flávia Bresil Palhares (Grupo Olho Latino)
Francisco Maringelli (Coletivo Água Branca) GaloHélio Schonmann (Coletivo Água Branca)
Jonato Rodrigues (IMARGEM) Kel (MPV crew)
Lisa França (Grupo Olho Latino) Lúcia Neto (Coletivo Água Branca)
Maria Pinto (Coletivo Água Branca) Maricel Fermoselli (Grupo Olho Latino)
Matias "espacial" Picón
Maura de Andrade (Coletivo Água Branca)
Mauro (IMARGEM) Mundano Oigres (9POLAR)
Paulo Cheida Sans (Grupo Olho Latino)
Paulo PT Barreto (Coletivo Água Branca)
Paulo Camillo Penna Pedro T. Maluf (Coletivo Água Branca)
Regiane Capp Couto Buccioli (Grupo Olho Latino) Rodrigo Chã
Rodrigo Medeiros (Arte na Casa) Sergio Kon (Coletivo Água Branca)
Suely Arnaldo (Grupo Olho Latino) Thiago Cervan
Thiago Vaz Tiago Campos Vivimaiz (9POLAR)
Wellington Neri (IMARGEM) Walcirlei Siqueira (Grupo Olho Latino)
Young Koh (Grupo Olho Latino)
Coordenação -
Coletivo Água Branca
Hélio Schonmann
Lúcia Neto
Paulo pt Barreto
Assinar:
Postagens (Atom)